Cardioproteção no prato: desvendando os benefícios da alimentação cardioprotetora

Cardioproteção no prato: desvendando os benefícios da alimentação cardioprotetora

As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade no Brasil, representando mais de 30% dos óbitos em todo o mundo, em 2015. Nos países em desenvolvimento como o Brasil, as DCV constituíram mais de três quartos das causas de morte.
Preocupantemente, mais da metade da população brasileira apresenta excesso de peso ou obesidade, fatores de risco significativos para essas condições.
Confira, a seguir, os benefícios da alimentação cardioprotetora e como fazer escolhas inteligentes pode ser a chave para manter o seu coração em pleno funcionamento.

 
O que é a alimentação cardioprotetora?
A alimentação cardioprotetora é uma abordagem nutricional focada em fortalecer a saúde cardiovascular, por meio de escolhas alimentares específicas. Essa estratégia visa reduzir fatores de risco associados a doenças cardíacas, como pressão arterial alta, colesterol elevado.
Os padrões alimentares associados à redução do risco cardiovascular são conhecidos como cardioprotetores. Dentre eles, a dieta mediterrânea destaca-se não apenas na redução do risco cardiovascular, mas também na prevenção e tratamento de outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Caracterizada pelo elevado consumo de frutas, vegetais, nozes, cereais integrais e azeite de oliva, uma dieta mediterrânea mostrou-se eficaz na prevenção cardiovascular.
Outro padrão alimentar considerado cardioprotetor é baseado na dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), que enfatiza um plano alimentar com baixo teor de gordura e sódio, destacando o consumo de frutas, verduras, legumes, leite e derivados desnatados.
Apesar dessas referências, a adesão a esses padrões no Brasil pode ser baixa devido às diferenças nos hábitos alimentares. Nesse contexto, surge a Alimentação Cardioprotetora Brasileira.

 
 Alimentação cardioprotetora brasileira
Elaborada com base em alimentos tipicamente do Brasil, é uma abordagem nutricional específica para promover a saúde cardiovascular dos brasileiros. Essa orientação dietética visa prevenir e controlar doenças cardiovasculares, tendo em vista que elas são a principal causa de mortalidade no Brasil.
Essa abordagem tem base nas recomendações do nosso guia alimentar para a população brasileira, que incluem o maior consumo de alimentos in natura e minimamente processados, e menor consumo dos alimentos processados e ultraprocessados. Porém, para essas pessoas, é necessário atenção a alguns alimentos e um adequado manejo da alimentação.
Essa estratégia nutricional leva em consideração não apenas os princípios gerais da alimentação cardioprotetora, mas também se adapta às preferências alimentares e aos hábitos típicos da população brasileira. A ideia é tornar a dieta mais acessível e aplicável a indivíduos locais, incentivando mudanças positivas no estilo de vida.

Para quem indicar essa alimentação?
A Alimentação Cardioprotetora Brasileira foi desenvolvida especialmente para indivíduos que enfrentam eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou doença vascular periférica.
Além disso, ela é uma recomendação eficaz para aqueles que apresentam fatores de risco cardiovascular relacionados à alimentação, tais como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes tipo 2, sobrepeso e obesidade. 
Em casos específicos, como pacientes diabéticos com glicemia descompensada, ou hipertensos com pressão arterial elevada, é altamente recomendável o encaminhamento para um nutricionista. Esse profissional realizará uma abordagem aprofundada e detalhada na orientação alimentar, garantindo uma assistência personalizada e eficaz para atender às necessidades específicas de cada indivíduo.

Dicas práticas para incorporar a alimentação cardioprotetora
No caminho para uma vida saudável, a alimentação desempenha um papel crucial, especialmente quando se trata de proteger o coração. Incorporar a alimentação cardioprotetora no seu dia a dia pode ser mais fácil do que você imagina. 

Aqui estão algumas dicas práticas para tornar essa transição suave e deliciosa:

  1. Variedade no prato: Opte por uma variedade de alimentos coloridos em cada refeição. Vegetais, frutas, grãos integrais e proteínas magras garantem uma gama completa de nutrientes essenciais para a saúde cardiovascular.
  2. Trocas inteligentes: Substitua os alimentos ricos em gorduras saturadas por opções mais saudáveis. Escolha azeite de oliva extravirgem em vez de gorduras saturadas como manteiga. Prefira carnes magras e peixes ricos em ômega-3.
  3. Controle do sal: Reduza o consumo de alimentos processados e salgados. Utilize ervas, especiarias e limão para dar sabor às suas refeições, em vez de depender da do sal.
  4. Fibras em foco: Inclua alimentos ricos em fibras solúveis como aveia, lentilhas e frutas cítricas. Essas fibras auxiliam na redução do colesterol L
  5. Moderação no álcool: Se optar por consumir álcool, faça-o com moderação. O vinho tinto, em particular e em pequenas quantidades, pode oferecer benefícios antioxidantes.
  6. Planejamento de refeições: Planeje suas refeições com antecedência. Isso ajuda a evitar escolhas impulsivas e permite a incorporação equilibrada de todos os grupos alimentares.
  7. Hidratação adequada: Mantenha-se hidratado com água. A hidratação é crucial para a saúde cardiovascular e ajuda na digestão adequada dos alimentos.
  8. Atenção aos rótulos: Leia os rótulos dos alimentos. Esteja ciente do teor de gorduras saturadas, gorduras trans e açúcares adicionadas nos produtos que você escolher.

Lembre-se de que pequenas mudanças progressivas podem ter um impacto significativo a longo prazo. Ao fazer escolhas conscientes, você está investindo no seu bem-estar cardiovascular.


Quer saber mais sobre o tema? Confira mais dicas clicando aqui.
Para este e outros conteúdos, siga meu Instagram @cristinatrovonutricionista.


Cristina Trovó
Nutricionista

UTI das Ideias - Soluções Corporativas em Web e Design