Óleo de cozinha: qual você usa?
Os óleos de cozinha vêm ganhando uma grande notoriedade nos últimos tempos, principalmente, por causa do seu preço. Segundo o G1, o óleo de soja subiu quase a metade do preço no último ano, chegando a custar cerca de R$7,45 nos diversos supermercados do país. Leia, no artigo a seguir, sua importância, seus tipos e as propriedades nutricionais de cada um.
A importância das gorduras
As gorduras, em geral, sempre foram vistas como vilãs pela mídia. Isso porque, quando consumida em grande quantidade, pode levar a doenças cardiovasculares como hipertensão, obesidade e contribuir para a diabetes tipo 2.
No entanto, o que não se fala, é que as gorduras também são importantes para a nossa saúde. São elas as responsáveis pela absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e pela produção de hormônios como cortisol, testosterona, progesterona e estrógeno.
Tipos de óleos de cozinha
São muitos os óleos de cozinha disponíveis no mercado, o que pode gerar confusão na hora de escolher. Apesar de muito semelhantes em sua composição, alguns podem ter algumas vantagens em relação a outros. Confira:
- Óleo de soja
O mais comum nas mesas dos brasileiros, também o de sabor mais proeminente. É o mais indicado para frituras, uma vez que suporta temperaturas mais altas, apesar de não se indicar frituras em uma alimentação balanceada.
- Óleo de canola
Com o custo mais elevado que as outras opções, o óleo de canola tem a vantagem de possuir maior quantidade de ômega 3 em sua composição, e é uma opção para refogados e preparações em geral, nas quais não há uma exposição a altas temperaturas.
- Óleo de girassol
Também com o preço elevado, o óleo de girassol tem boas quantidades de ômega 6 e também é recomendado para as preparações do dia a dia. No entanto, não exagere! Suas propriedades nutricionais são boas, mas em altas quantidades sua desvantagem calórica se sobressai aos benefícios.
- Óleo de milho
Apesar de um pouco mais calórico que os demais óleos, ele também é uma boa opção para a cocção, principalmente para doces, por não ter grandes alterações no paladar.
- Azeite extravirgem
O azeite extravirgem é um grande aliado da saúde. Com ricas quantidades de gorduras monoinsaturadas, as gorduras "boas" para o coração, esse óleo é indicado em preparações frias e também para a cocção.
Apesar de ser uma ótima opção, o azeite não é acessível para a maioria da população, tornando-se inviável como fonte principal de óleo na alimentação.
- Óleo de coco
O óleo de coco, famoso por suas propriedades nutricionais na mídia, ganhou muitos adeptos. Isso porque, apesar de ser um óleo rico em gorduras saturadas, o que faria mal à saúde do coração, possui gorduras saturadas de cadeia média, o que, em teoria, não traria malefícios e, ainda, ajudaria no emagrecimento.
No entanto, um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) evidenciou que o consumo de uma colher de sopa ao dia do óleo de coco, em pacientes cardiopatas, não resultou na redução da circunferência abdominal.
Ainda, pesquisadores evidenciaram que, apesar de elevar o colesterol bom, o HDL, o óleo de coco também elevava o LDL, o colesterol ruim.
Por isso, a OMS ainda não reconhece o óleo de coco como um alimento funcional e também não determina quantidades recomendadas de consumo.
Destaco a importância de se atentar para as quantidades consumidas. Isso porque muitos usam o óleo de coco de maneira indiscriminada na cocção dos alimentos. Vale lembrar que o óleo de coco é um alimento calórico e que, usado em excesso, pode levar a sobrepeso.
- Banha de porco
A banha de porco era largamente usada nas preparações, principalmente pelas pessoas mais velhas. No entanto, assim como o óleo de coco, trata-se de uma gordura saturada e que pode trazer malefícios ao coração, quando a quantidade do uso for sem supervisão. Minha recomendação é que não se use.
- Outros tipos de óleos
Temos ainda outros tipos de óleos vegetais, mas que não são tão conhecidos ou tão usados na cozinha como: óleo de linhaça, de amêndoas, avelãs e nozes. Todos eles possuem características nutricionais diferentes e aplicabilidades específicas.
Qual óleo usar afinal?
A melhor opção, a que recomendo para meus pacientes, é usar, sempre que possível, o azeite extravirgem pela sua composição nutricional e também pelo seu aspecto sensorial.
Diferente do que se pensava até recentemente, uma revisão bibliográfica evidenciou que o azeite é, sim, uma boa opção para a cocção, não sofrendo mudanças drásticas em sua composição a altas temperaturas.
No entanto, se não for possível por uma questão socioeconômica, use os óleos vegetais para a cocção e o azeite nos refogados no geral, mas lembre-se sempre de manter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas regularmente.
A importância de uma alimentação balanceada
É importante lembrar que as gorduras e óleos, apesar de essenciais para a nossa saúde, demandam cautela nas quantidades devido a seu alto valor calórico. Além disso, frituras não são recomendadas em nenhuma ocasião, sendo facilmente substituídas por outras formas de preparo.