Aditivos alimentares: o que são e quais os perigos do uso em excesso
Afinal, o que são aditivos alimentares? Você sabia que, desde as práticas mais primitivas, a humanidade utiliza técnicas para conservar e alterar o sabor dos alimentos? Algumas dessas práticas mais conhecidas são a fermentação, a adição de sal em carnes - para conservá-las por mais tempo - e a desidratação.
Uma das adaptações para essas práticas foi a criação de aditivos alimentares, criados com a finalidade de auxiliar os processos de armazenamento, transporte e industrialização dos alimentos na era moderna.
Apesar dessas funcionalidades, muito se discute sobre os malefícios dessas substâncias. Confira, a seguir, a interação desses aditivos com a alimentação.
O que são aditivos alimentares?
Como o próprio nome já diz, aditivos alimentares são substâncias adicionadas ao alimento e, de acordo com a portaria 540/97 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), esta é a definição:
“Aditivo Alimentar, é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais.”
Os aditivos alimentares conferem sabor e permitem que os alimentos sejam conservados por mais tempo, dessa forma, produtos como iogurtes e molhos de tomates ganham mais tempo de prateleira nos supermercados, sem que percam seus sabores e aparências.
Quais os tipos de aditivos alimentares?
Os aditivos alimentares podem variar de acordo com sua classificação e funcionalidade. Alguns podem ser artificiais, enquanto outros, naturais. São eles:
- Espessantes: responsáveis por aumentar a viscosidade dos alimentos, engrossando e condensando. Muito utilizados em sorvetes, iogurtes e geleias. Os tipos mais comuns são goma arábica, agar-agar e carboximetilcelulose.
- Intensificadores de sabor: servem para agregar sabor ou odor aos alimentos ou realçá-los. Um dos intensificadores mais famosos, o glutamato monossódico, leva fama por ser o aditivo responsável pelo sabor Umami, denominado o quinto sabor ao lado dos sabores, azedo, doce, amargo e salgado.
- Corantes: Os corantes são responsáveis por dar cor ou intensificá-las nos alimentos. Bebidas adoçadas, salgadinhos, balas e gelatinas são exemplos de alimentos com o uso de corantes. Eles podem ser artificiais, como é o caso dos aditivos caramelo, vermelho - ponceau e eritrosina - ou naturais como o betacaroteno (corante laranja, em cenouras), licopeno, cúrcuma e urucum.
Ademais, esses aditivos são essenciais para as indústrias alimentícias contribuindo para um maior tempo dos alimentos na prateleira e tornando-os mais atrativos para os consumidores.
Quais os perigos do excesso de aditivos alimentares?
Agora que você já sabe o que são aditivos alimentares, podemos falar também sobre os perigos do uso dessas substâncias em excesso.
Apesar da importância dessa finalidade, muito se discute sobre a associação desses aditivos com o aparecimento de reações alérgicas, alterações de comportamento e, também, com o aparecimento de cânceres.
As crianças demonstram maior sensibilidade às reações adversas causadas pelo consumo dessas substâncias, porque os sistemas digestivo e urinário delas ainda não estão totalmente preparados para processar uma alimentação que traga aditivos.
O glutamato monossódico, por exemplo, é um aminoácido que participa na comunicação dos neurônios e, quando ingerido, é absorvido rapidamente pelo organismo, aumentando, assim, os índices desse aminoácido no cérebro. Esse aumento pode ocasionar um alto nível de comunicação entre os neurônios e diversos efeitos adversos como oscilações de humor, hiperatividade, palpitações, tontura, azia, sede, vômitos e enxaquecas.
Como diminuir o consumo de aditivos alimentares?
O ideal é que sempre tenhamos em casa alimentos in natura, ou minimamente processados. No entanto, sabemos que nem sempre isso é possível, por isso, aqui vão algumas dicas para diminuir o consumo de aditivos alimentares:
- Leia o rótulo dos alimentos e escolha os produtos com menos aditivos. Você pode encontrar essa informação na lista de ingredientes, que é apresentada em ordem decrescente de concentração no produto.
- Prefira sempre alimentos in natura e procure fazer suas preparações, evitando ao máximo refeições industrializadas.
- Evite produtos com cores muito vivas, esses produtos revelam a presença de corantes.
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Cristina Trovó
Nutricionista