A taça de vinho diária não traz benefícios à saúde? Descubra a verdade por trás do mito

Durante muitos anos, circulou a crença de que desfrutar de uma taça média de vinho, diariamente, poderia trazer benefícios para a saúde. No entanto, um estudo recente veio para desfazer esse mito amplamente difundido.
Neste texto, examinaremos os resultados do referido estudo e discutiremos por que a ideia de que uma taça de vinho traz benefícios para a saúde não se sustenta mais. Continue a leitura.

O mito do vinho tinto e seus benefícios
Por tanto tempo, tem sido amplamente divulgado que o vinho tinto, especialmente por conter resveratrol, um antioxidante encontrado nas cascas das uvas, podia trazer benefícios à saúde. Na verdade, embora o resveratrol seja um antioxidante promissor, a quantidade presente no vinho tinto é muito baixa para fornecer os benefícios mencionados, entre eles a prevenção de doenças cardíacas, o combate ao envelhecimento e, até mesmo, a redução do risco de certos tipos de câncer.
Além disso, os estudos que investigaram os efeitos do consumo moderado de vinho tinto sobre a saúde, mostraram resultados contraditórios. Foram realizados, ao longo dos anos, diversos estudos para investigar os benefícios alegados, mas a maioria desses estudos apresentou limitações, como tamanhos de amostra, falta de grupos de controle adequados e resultados inconsistentes.

A realidade dos estudos científicos
Um estudo publicado recentemente, pela revista acadêmica de medicina JAMA Network, analisou o impacto do consumo regular de vinho na saúde.
De acordo com a revisão realizada pelos cientistas, o consumo de álcool não apresenta benefícios para a saúde. Na verdade, o consumo moderado ou elevado dessa substância pode ter efeitos negativos, aumentando o risco de doenças, especialmente as cardiovasculares e neurológicas. Esses estudos revelaram que a ingestão de álcool, em médias e altas doses, pode prejudicar a saúde de diversas maneiras, representando um fator de risco significativo para o desenvolvimento dessas doenças.
Conduzida por pesquisadores das universidades de Victoria, no Canadá, e de Portsmouth, no Reino Unido, a revisão analisou 107 estudos realizados, desde os anos 1980, a fim de chegar a uma conclusão definitiva. Essa revisão permitiu uma análise detalhada dos históricos clínicos de mais de 4,8 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo desde alcoólatras até indivíduos que nunca consumiram álcool, incorporando, portanto, uma base sólida para a análise, com ampla amostra populacional.

Os riscos associados ao consumo de álcool
É importante destacar a importância de abordar o consumo de álcool com cautela e considerar os riscos associados a essa prática. Independentemente da quantidade, o consumo de álcool pode levar a uma série de problemas de saúde como doenças hepáticas, aumento do risco de dependência, impacto negativo na função cognitiva e maior propensão a acidentes e lesões.
A pesquisa revela que indivíduos que consomem até 23 gramas de álcool, o equivalente a duas taças de vinho ou duas latas de cerveja por dia apresentam uma taxa de mortalidade maior por doenças, em comparação com aqueles que não consomem álcool.
No entanto, os resultados indicam que aqueles que consomem quantidades menores do que esse nível apresentam um aumento mínimo nas chances de morte prematura, com um aumento de risco entre 2% e 4%. A porcentagem é tão baixa que não é considerada significativa.

Promovendo uma abordagem equilibrada para a saúde
É fundamental reconhecer que o consumo de álcool, mesmo em períodos moderados, apresenta riscos para a saúde.
Em vez de depender de uma taça de vinho como uma solução mágica para a saúde, é essencial adotar uma abordagem equilibrada para um estilo de vida saudável.
Isso inclui uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios, sono adequado, gerenciamento do estresse e abstenção ou consumo consciente de álcool. O foco deve estar na moderação, no equilíbrio e na adoção de hábitos saudáveis ​​em todas as áreas da vida.
Consultar um profissional de saúde é sempre a melhor maneira de obter informações, personalizadas e atualizadas, sobre o seu estilo de vida e escolhas de consumo.

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Cristina Trovó
Nutricionista