Gordura no fígado: um sinal vermelho para o coração

Gordura no fígado: um sinal vermelho para o coração

No cenário da saúde, a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) emerge como um desafio significativo, afetando o fígado e apresentando uma relação com a saúde cardiovascular.
Estudos clínicos e pesquisas de longo prazo têm lançado luz sobre essa associação, destacando que a saúde do fígado não é apenas uma preocupação isolada, mas pode servir como um indicador vital para a saúde cardíaca.
Neste texto, mergulharemos nas descobertas recentes que revelam a estreita ligação entre o acúmulo de gordura no fígado e o aumento dos riscos de insuficiência cardíaca.


O que é Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA)
A DHGNA é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado em pessoas que consomem, pouco ou nenhum, álcool. Em outras palavras, é uma condição de acúmulo de gordura no fígado não relacionada ao consumo excessivo de álcool.
Vários fatores estão associados ao desenvolvimento da DHGNA, incluindo obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. A condição é considerada uma das principais causas de doença hepática crônica em todo o mundo.
A DHGNA, muitas vezes, não apresenta sintomas visíveis nos estágios iniciais, mas, se não for gerenciada adequadamente, pode levar a complicações graves, como insuficiência hepática.

A relação entre gordura no fígado e insuficiência cardíaca
Estudos clínicos demonstraram que a presença de gordura no fígado está intimamente ligada a diversos fatores que aumentam o risco de desenvolver insuficiência cardíaca.
Cientistas italianos revelaram uma preocupante vulnerabilidade ao analisarem os desfechos de 11 estudos de longo prazo, que agregaram dados de 11 milhões de indivíduos. Os resultados detalhados foram publicados na revista Gut, uma renomada publicação da Sociedade Britânica de Gastroenterologia.
Os estudos em questão foram conduzidos em diversos países, incluindo Suécia, Finlândia, Reino Unido, Estados Unidos e Coreia do Sul. A amostra abrangente, composta por participantes em sua maioria mulheres, apresentava uma média de 55 anos de idade e um índice de massa corporal (IMC) de 26, indicando sobrepeso. Intrigantemente, cerca de um quarto dos participantes (25%) foi diagnosticado com acúmulo de gordura no fígado, doença também conhecida como DHGNA.
Ao longo do período de 10 anos, nos quais os participantes estavam sendo monitorados, foram documentados 97.716 casos de insuficiência cardíaca. Notavelmente, a incidência dessa complicação foi mais pronunciada entre os voluntários diagnosticados com Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica.
Independentemente de fatores como idade, sexo, percentual de gordura corporal, presença de diabetes, pressão arterial elevada, etnia e outros elementos de risco cardiovascular comuns, a presença de acúmulo de gordura no fígado revelou uma associação significativa, aumentando em 50% o risco de desenvolver a mencionada complicação cardíaca.

Como prevenir e mitigar os riscos
Prevenir e mitigar os riscos da DHGNA envolve a adoção de hábitos de vida saudáveis e a gestão de fatores de risco conhecidos. Aqui estão algumas recomendações:

1 - Dieta balanceada:
- Priorize uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras.
- Reduza o consumo de alimentos processados, açúcares adicionados, gorduras saturadas e alimentos ricos em colesterol.

2 - Controle do peso:
- Mantenha um peso corporal saudável. A perda de peso, mesmo moderada, pode ter um impacto significativo na redução da gordura no fígado.

3 - Atividade física regular:
- Estabeleça uma rotina de exercícios físicos como caminhadas, corridas ou atividades aeróbicas.
- A atividade física regular ajuda a controlar o peso, melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a gordura no fígado.

4 - Evite o consumo excessivo de álcool:
- Embora a DHGNA esteja relacionada à presença de gordura no fígado não associada ao consumo de álcool, é importante limitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois o álcool pode contribuir para danos hepáticos.

5 - Busque orientação médica:
- Se você estiver em risco, ou já tiver sido diagnosticado com DHGNA, busque a orientação de profissionais de saúde como médicos e nutricionistas, para um plano de gerenciamento personalizado.


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Cristina Trovó
Nutricionista

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