Acúmulo de gordura abdominal aumenta risco de insuficiência de vitamina D
A gordura abdominal excessiva não é apenas uma preocupação estética, mas também pode ter consequências graves para a saúde. Estudos recentes mostraram uma conexão preocupante entre o acúmulo de gordura na região abdominal e a presença de vitamina D.
Neste artigo, investigaremos essa relação e explicaremos como a gordura abdominal afeta os níveis de vitamina D, destacando a importância de manter um estilo de vida saudável. Continue a leitura.
A importância da Vitamina D
A vitamina D desempenha um papel crucial em nosso organismo ajudando a regular a absorção de cálcio e fósforo, fortalecendo os ossos e contribuindo para a saúde geral do organismo. No entanto, o excesso de gordura abdominal pode prejudicar a capacidade do corpo de sintetizar essa vitamina, levando à falta de um nutriente essencial.
A deficiência de vitamina D está associada a uma série de problemas de saúde como preservação óssea, osteoporose, maior risco de fraturas, fraqueza muscular, comprometimento do sistema imunológico e, até mesmo, doenças cardiovasculares.
É importante destacar que a garantia adequada de vitamina D varia de acordo com a idade, exposição solar, localização geográfica, cor da pele, dieta e outros fatores individuais.
Portanto, é recomendado consultar um profissional de saúde para avaliar os níveis de vitamina D.
O que dizem os estudos científicos
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em colaboração com a Universidade College London, na Inglaterra, revelou uma importante descoberta: o acúmulo de gordura abdominal representa um fator de risco significativo para a deficiência de vitamina D em indivíduos acima de 50 anos de idade.
O estudo analisou um grupo de 2.459 participantes britânicos com mais de 50 anos ao longo de quatro anos. Os dados foram coletados por meio do English Longitudinal Study of Aging (ELSA), um estudo de longo prazo realizado, na Inglaterra, que investiga diversos aspectos relacionados ao envelhecimento. Os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: aqueles com pouca gordura abdominal e aqueles com acúmulo de gordura no abdômen.
Após quatro anos, os resultados revelaram que os participantes com obesidade abdominal apresentaram risco 36% maior de desenvolver insuficiência de vitamina D, e um risco 64% maior de deficiência, em comparação com o grupo sem acúmulo de gordura abdominal. A insuficiência de vitamina D foi definida como taxas entre 30 e 50 nmol/L, enquanto a deficiência foi caracterizada por valores inferiores a 30 nmol/L.
“Tanto a obesidade abdominal quanto a insuficiência e deficiência de vitamina D são questões prevalentes na população idosa. No entanto, com esse estudo mostramos que é a gordura abdominal que aumenta o risco de insuficiência e deficiência de vitamina D e não apenas a relação inversa, como alguns estudos já haviam demonstrado. Não estamos descartando que a vitamina D levaria à obesidade, apenas demonstrando que o acúmulo de gordura abdominal também é uma via para a carência dessa vitamina”, afirmou Tiago da Silva Alexandre, professor de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo.
Adotando uma abordagem equilibrada para a saúde
Estudos anteriores já haviam relacionado a deficiência de vitamina D ao desenvolvimento da obesidade, mas essa pesquisa demonstra que o acúmulo de gordura abdominal também é um fator que contribui para a redução dos níveis de vitamina D.
A exposição à luz solar é uma das principais formas de obter essa vitamina, já que a pele sintetiza a forma ativa da vitamina D, quando exposta aos raios solares. No entanto, com o envelhecimento, ocorrem mudanças no organismo como o aumento da gordura abdominal e a diminuição da espessura da pele (isso ocorre devido à redução na produção de colágeno e elastina, duas proteínas chave que conferem elasticidade e sustentação à pele), que dificultam a absorção e a síntese da vitamina D.
Com base nessa descoberta, é essencial adotar medidas para reduzir o acúmulo de gordura abdominal e promover os níveis saudáveis de vitamina D. Uma abordagem equilibrada inclui a adoção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada e prática regular de atividade física. Exercícios aeróbicos e outras formas de atividade física podem auxiliar na redução da gordura abdominal e no fortalecimento dos ossos.
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Cristina Trovó
Nutricionista