Dia Mundial da Saúde - Depressão

Dia Mundial da Saúde - Depressão



Neste ano, no Dia Mundial da Saúde estabelecido pela OMS – 7 de abril - o tema abordado será a Depressão.

Estima-se que este transtorno mental afete principalmente o sexo feminino e atinja mais de 350 milhões de pessoas no mundo. Por isso, a OMS lembra a data propondo o lema “Let’s talk” (“vamos conversar”), visando alertar os sintomas da doença, assim como preveni-la e tratá-la, tendo em vista suas sérias consequências.

Acredita-se que menos de 50% dos afetados pela doença receba o tratamento adequado para o combatê-la e que, a partir dessa iniciativa, haja mais visibilidade do tema e, assim, mais atenção a seus possíveis sintomas e efeitos. A OMS frisa que conversar abertamente sobre o assunto pode ser o primeiro passo para ajudar milhares de pessoas.

Os sintomas mais comuns são episódios de ansiedade, dificuldade para dormir, problemas com autoestima, diminuição da atividade diária, humor abatido, desânimo recorrente, dificuldade de concentração. Em alguns casos graves, a depressão pode levar ao suicídio.

Em artigo anterior, expusemos um pouco sobre como a nutrição pode ser um grande aliado no combate à depressão, aumentando os níveis de neurotransmissores no cérebro como a serotonina e melatonina por meio do consumo de alimentos ricos em seus precursores, a exemplo do triptofano. Apesar disso, a nutrição moderna também pode ter um papel negativo, ajudando o desenvolvimento da depressão, uma vez que as empresas de alimentos investem pesado na divulgação de seus produtos ricos em sódio, gorduras e açucares.
Tudo isso somado ao crescimento cada vez maior da idealização do estilo de vida saudável e o culto ao corpo perfeito, cria um grande conflito entre a alimentação real e a pressão da alimentação ideal.

O grande indício de como essa pressão pode ser forte é o aparecimento da ortorexia, uma doença em que as pessoas se tornam obsessivas pela suposta “alimentação extremamente saudável”. Com este distúrbio, segundo a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), os afetados criam uma série de regras a partir de um conteúdo exagerado e distorcido, adquirido pelos meios de comunicação, e acabam se isolando da sociedade, uma vez que acreditam estar fazendo as melhores escolhas alimentares mesmo que fugindo do convívio social. Além do isolamento, a não compreensão dos colegas e a possível frustação com os resultados gerados a partir dessas medidas também podem contribuir para o desenvolvimento de um quadro de depressão.

Outra associação grave entre a depressão e a recente cultura do culto ao corpo é o aparecimento de distúrbios alimentares e a baixa autoestima. Com o bombardeamento de regras e soluções milagrosas para ter o corpo perfeito, muitas pessoas, principalmente do sexo feminino, recorrem a estratégias não saudáveis, desenvolvem distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, ou vivem em constante conflito com sua autoestima diariamente, o que também pode desencadear a depressão.

Fica evidente dessa forma como a nutrição tem um impacto significativo na doença abordada no Dia Mundial da Saúde, uma vez que pode tanto auxiliar como influenciar negativamente os indivíduos, levando-os a desenvolver distúrbios alimentares e mentais. Assim, como a OMS, acreditamos que o principal passo para o combate da doença seja mesmo conversar sobre o tema abordando aspectos positivos e negativos da alimentação para prevenir e aumentar o número de tratamentos dos afetados pela doença.

Cristina Trovó

Nutricionista

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