Será que o glúten é mesmo o vilão?

Será que o glúten é mesmo o vilão?

Nos últimos anos, o glúten ganhou fama de vilão em dietas e conversas sobre saúde. Redes sociais, influenciadores e, até mesmo, algumas celebridades atribuíram ao glúten o papel de inimigo número um de quem busca uma alimentação saudável. Mas será que esse componente presente no trigo, cevada e centeio é tão prejudicial quanto parece? Ou estamos diante de um mal-entendido nutricional?
Então, antes de retirar o pão da sua mesa ou o macarrão do jantar, que tal entender de verdade se o glúten é prejudicial, ou apenas mais uma vítima das tendências de dieta? Continue lendo e descubra tudo sobre esse assunto.



O que é o glúten?

O glúten é uma proteína natural encontrada no trigo, na cevada e no centeio. Ele é responsável por dar elasticidade às massas, tornando-as macias e permitindo que cresçam durante o cozimento. Pães, bolos, massas e até cervejas são alguns dos produtos que contêm essa proteína.
A verdade é que, para algumas pessoas, o glúten pode ser um problema real, especialmente para quem tem doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não celíaco. Contudo, para a maioria da população, o glúten é apenas mais um elemento da dieta, e cortá-lo pode até trazer riscos, quando feito sem acompanhamento profissional.



Doença celíaca e sensibilidade ao glúten

A doença celíaca é uma condição autoimune na qual o consumo de glúten desencadeia uma resposta exagerada do sistema imunológico, danificando a mucosa do intestino delgado. Isso pode levar a sintomas como diarreia, dores abdominais, perda de peso, anemia e até problemas neurológicos. A única solução para essas pessoas é a exclusão total do glúten da dieta.
Já a sensibilidade ao glúten não celíaco é uma condição em que o glúten provoca sintomas semelhantes aos da doença celíaca, como desconforto gastrointestinal e fadiga, mas sem causar danos ao intestino. Ainda existem dúvidas sobre as causas e critérios de diagnóstico dessa condição, mas sabe-se que, ao contrário da doença celíaca, não é uma condição autoimune.



Glúten e a moda das dietas sem glúten

Com o crescimento da popularidade das dietas sem glúten, muitas pessoas evitaram essa proteína acreditando que isso traria benefícios como a perda de peso, o aumento de energia ou a melhora na digestão. Porém, para indivíduos saudáveis, eliminar o glúten sem necessidade pode trazer mais desvantagens do que vantagens.
Alimentos ricos em glúten como os grãos integrais, também são excelentes fontes de fibras, vitaminas do complexo B e minerais como ferro e magnésio. Retirá-los da dieta pode aumentar o risco de deficiência nutricional e impactar a saúde intestinal.
Além disso, muitos produtos "sem glúten" disponíveis no mercado são ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura para compensar a ausência da proteína, o que pode torná-los menos saudáveis ​​do que as versões convencionais.



O papel da moderação e do equilíbrio

A chave para uma alimentação saudável não é evitar ingredientes isolados, mas adotar uma dieta balanceada, rica em alimentos naturais e minimamente processados. As restrições alimentares devem ser feitas apenas com base em diagnósticos confiáveis ​​e com o acompanhamento de um profissional de saúde como um nutricionista.
Se você não tem uma condição específica como doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, não há razão para temer o glúten. Consumir pães, massas e outros alimentos que o contenham pode fazer perfeitamente parte de uma dieta balanceada.



O veredito final

O glúten não é o vilão que muitas dietas da moda pintam. Para a maioria das pessoas, ele é apenas mais uma parte de uma alimentação saudável e variada. Antes de eliminá-lo, é fundamental entender suas reais necessidades e ouvir o que seu corpo e os especialistas dizem.
Se você tiver dúvidas sobre sua alimentação, procure sempre o acompanhamento de um profissional da Nutrição. Com o suporte certo, é possível desfrutar de uma dieta nutritiva e homologada às suas necessidades, sem abrir mão do sabor e do prazer de comer bem.

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