Obesidade x Circunferência Abdominal

 Panorama atual

A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública da sociedade moderna. Favorecida pelo quase irrefreável consumo de alimentos altamente calóricos e ricos em gordura, sal e açúcar, além do aumento do sedentarismo, já é tratada como doença crônica.

Consequências: A obesidade é uma das causas de alterações morfológicas e fisiopatológicas que reduzem a qualidade e o tempo de vida. A gordura do abdômen é um tipo de gordura visceral, que envolve os órgãos e é responsável pelas complicações associadas à obesidade como:

·        Resistência insulínica

·        Síndrome do ovário policístico

·        Infertilidade  

·        Diabetes tipo II

·        Gota

·        Acantosis Nigrans

·        Acne

·        Hipertensão

·        Dislipidemia

·        Doenças Cardiovasculares

·        Apneia do sono

·        Predisposição ao câncer

Além disso, com a formação de estereótipos estéticos e padrões de beleza reforçados pela mídia, indivíduos que apresentam obesidade tendem a possuir baixa autoestima e sofrer de episódios de depressão, dificultando ainda mais o tratamento dessa doença crônica na população.

Diversos estudos demonstram que pessoas obesas (IMC >30) apresentam índices de mortalidade mais elevados do que as que têm IMC dentro da normalidade (18,5 a 24,9)

Atualmente considera-se o cálculo do IMC um parâmetro impreciso, porque não permite avaliar a localização da gordura, assim como não permite avaliar se o aumento de peso acontece em decorrência do excesso de gordura ou de massa muscular.

Os parâmetros mais efetivos para avaliar a obesidade são a bioimpedância e a circunferência abdominal.  Na clínica, por meio da bioimpedância o profissional consegue  resultados mais completos e precisos sobre a composição corporal. Na prática, fora do consultório, a circunferência abdominal é uma medida rápida e eficaz para estimativa de porcentagem de gordura corporal e o diagnóstico de riscos.

Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde - a medida isolada da circunferência tem se mostrado suficiente para estabelecer riscos.

Se você está em casa, a dica da semana é: Fique de olho na sua circunferência abdominal. Se ela estiver aumentada, seu risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes também estão aumentados.

Para medir é só pegar a fita métrica e, sem camisa, medir a circunferência abdominal na região do umbigo, sem murchar a barriga.

Homens

Ideal até 94 cm

Aumentada > 94

Risco >102

Mulheres

Ideal até 80 cm

Aumentada > 80

Risco >88

Se você for mulher com circunferência abdominal acima de 88 cm ou homem com mais de 102 cm, atenção, não perca tempo: Mude seu estilo de vida!

·        Aumente a atividade física.

·        Inicie sua reeducação alimentar.

E dê especial atenção aos cuidados da sua microbiota intestinal. Essa constatação é resultado de uma série de estudos realizados por diferentes grupos no mundo e colaborada por pesquisadores do instituto Nacional de obesidade e diabetes, apoiado pela FAPESP e pelo CNPQ.

Segundo Mario Saad, coordenador do projeto do INCT,  professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp:

    “Agora estamos começando a entender que o controle da obesidade e      do diabetes tipo 2 deve começar pelo trato gastrointestinal. Estamos observando que, logo no início do desenvolvimento da obesidade e do diabetes tipo 2, há uma alteração na microbiota intestinal que é capaz de induzir a uma alteração na barreira do intestino e fazer com que a pessoa absorva mais substâncias tóxicas que vão induzir à resistência à insulina e menos substâncias que poderiam protegê-la da instalação desse quadro de saúde”.

Assim, aprendemos sobre a obesidade, um mal que vem afetando cada vez mais pessoas em âmbito mundial. Devemos permanecer alertas para os riscos que essa doença crônica pode gerar à nossa saúde, sobre a sua direta relação com a circunferência abdominal e como combatê-la na prática. Estabeleça suas metas, pessoas com metas triunfam porque sabem exatamente onde querem chegar.

Cristina Trovó
Nutricionista