O exercício físico como ferramenta na gestão do apetite e do peso

O exercício físico como ferramenta na gestão do apetite e do peso

A complexa conexão entre a atividade física e o equilíbrio energético permanece como um desafio para Nutrição como ciência, especialmente diante do aumento preocupante dos índices de sobrepeso e obesidade das pessoas em todo o mundo.
Enquanto vários medicamentos disponíveis no mercado visam combater a obesidade, uma abordagem que ganhou destaque recentemente concentrou-se na compreensão dos processos relacionados aos metabólitos e o papel crucial deles no controle da fome e da saciedade.
Confira neste artigo, como o exercício físico pode desempenhar um papel surpreendente na regulação do apetite.

 

O aumento preocupante dos casos de obesidade
Nos tempos atuais, a obesidade tornou-se uma verdadeira epidemia em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com sobrepeso e obesidade está mais que triplicado desde 1975. Esse aumento alarmante não é apenas uma preocupação estética, é também uma questão de saúde pública que impacta milhões de vidas.
O ambiente em que vivemos desempenha um papel crítico no aumento dos casos de obesidade. A disponibilidade de alimentos altamente processados ​​e ricos em calorias, juntamente com um estilo de vida sedentário, contribui para o ganho de peso excessivo. A urbanização, o acesso fácil a alimentos não saudáveis ​​e a falta de atividades físicas são todos fatores ambientais que prejudicam o problema.
Além disso, existem evidências substanciais de que a predisposição genética desempenha um papel importante na obesidade. Alguns genes influenciam o metabolismo, o apetite e a forma como nosso corpo armazena gordura.

 

O efeito supressor do exercício físico.
O exercício físico regular tem sido associado a uma série de benefícios para a saúde, incluindo a capacidade de reduzir o apetite. Um dos motivos para isso é a liberação de hormônios durante o exercício, o que pode suprimir temporariamente o apetite.
Um estudo, liderado pelo professor James Frampton do Imperial College de Londres, mostra a interação metabólica entre carboidratos e exercícios, examinando seu impacto na regulação aguda do apetite. Os resultados desta pesquisa identificaram dois metabólitos - acetato e succinato - como possíveis mediadores do apetite desencadeados pelo exercício físico, bem como influenciadores das respostas relacionadas à ingestão de energia.
 Nesse contexto, os pesquisadores identificaram que o aumento nos níveis sanguíneos de acetato, lactato e do peptídeo YY (PYY) estava correlacionado com uma redução do apetite durante a atividade física. Apesar de não terem sofrido mudanças significativas no consumo total de energia, os autores constataram que níveis mais elevados de GLP-1 e succinato no sangue, após o exercício, estavam associados a uma menor ingestão de energia durante a refeição subsequente.
 Esses achados sugerem que tanto os metabólitos quanto os hormônios peptídicos desempenham um papel crucial na regulação do apetite e, possivelmente, no comportamento alimentar após o exercício.

 

Exercício e a alimentação se complementam para uma vida saudável
Essas descobertas têm o potencial de desenvolvimento de abordagens terapêuticas baseadas em exercícios mais eficazes e seguros no combate à obesidade e aos distúrbios cardiometabólicos correlacionados.
O exercício físico pode desempenhar um papel surpreendente na regulação do apetite, auxiliando aqueles que buscam o controle de peso. A compreensão dessa conexão pode ser uma estratégia eficaz na busca por um estilo de vida saudável.
Lembre-se de que é essencial manter uma dieta equilibrada para garantir a nutrição adequada do seu corpo.


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Cristina Trovó
Nutricionista

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