Microplásticos e contaminação das águas: risco invisível para a Nutrição

Microplásticos e contaminação das águas: risco invisível para a Nutrição

Os microplásticos estão se tornando uma preocupação crescente em relação à Nutrição e, em consequência, à saúde, uma vez que essas partículas minúsculas e específicas estão se infiltrando nas águas do nosso planeta.
Esses pequenos fragmentos de plástico, com menos de 5 mm de diâmetro, são encontrados, na atualidade, em praticamente todos os ambientes aquáticos do planeta, desde oceanos até rios e lagos.
Neste artigo, discutiremos a ameaça que os microplásticos representam, abordando a contaminação das águas que eles provocam e o devido impacto na qualidade dos alimentos que consumimos.

Origem dos microplásticos nas águas
Os microplásticos são partículas de plástico, muitas vezes invisíveis a olho nu, que estão presentes em nossos oceanos, rios e lagos. Essas partículas têm origens diversas, desde quebras de plástico maiores até a liberação de fibras sintéticas, durante lavagem de roupas. Sua presença generalizada nas águas representa uma ameaça silenciosa e persistente.
Os microplásticos podem ser classificados em dois grupos distintos. O primeiro grupo engloba os microplásticos primários, que são produzidos intencionalmente em pequenas dimensões, como pellets e granulados milimétricos, amplamente utilizados na indústria de transformação plástica, bem como na composição de produtos cosméticos e pastas dentárias. O segundo grupo é composto por microplásticos secundários, que surgem como subprodutos da manipulação de plásticos de maior porte em pequenos fragmentos. As fontes desses microplásticos secundários são diversas e incluem itens como sacolas plásticas, tecidos, garrafas plásticas, bitucas de cigarro, pneus e produtos de isopor, exemplificando a variabilidade de origens desse tipo de poluição.


Impacto na cadeia alimentar
Uma das maneiras pelas quais os microplásticos afetam nossa nutrição é por meio da contaminação da cadeia alimentar marinha. Peixes e frutos do mar absorvem essas partículas enquanto são alimentados e, na medida em que os consumimos, estamos potencialmente ingerindo microplásticos também. Essa contaminação alimentar levanta sérias questões sobre a qualidade dos alimentos que chegam às nossas mesas.
Segundo o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), “ Os microplásticos têm grande potencial para alterar a biota e o ecossistema oceânico do nosso planeta como um todo. ”. Paulo Artaxo é membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisas em Mudanças Climáticas Globais e integra a pesquisa que observa a ameaça dos microplásticos. Ele ainda diz que “Esse tipo de poluição tem efeitos ainda não totalmente entendidos e quantificados. Precisamos de muita pesquisa científica para caracterizar o material e estudar a extensão de sua distribuição, suas concentrações, seus efeitos nos ecossistemas e nos seres vivos e como removê-los do meio ambiente”

 
Riscos à saúde
A ingestão de microplásticos pode resultar em riscos para a saúde, uma vez que essas partículas podem conter substâncias tóxicas que se ligam a elas. Além disso, o acúmulo de microplásticos em nosso corpo pode afetar a absorção de nutrientes essenciais, impactando intensamente nosso bem-estar.

       Para proteger sua saúde e nutrição, é fundamental adotar medidas proativas:

  • Escolha fontes de alimentos confiáveis: Priorize alimentos provenientes de fontes confiáveis ​​que monitorem e contenham a contaminação por microplásticos.
  • Filtro de água: Considere o uso de filtros de água eficazes em sua residência, para reduzir o consumo de microplásticos.
  • Conscientização: Fique informado sobre a origem dos microplásticos e apoie iniciativas que visem reduzir o uso de plástico e limpar os corpos d'água.

A ameaça dos microplásticos e a contaminação das águas não devem ser subestimadas. Para preservar nossa nutrição e saúde, é fundamental estarmos cientes desses desafios e adotarmos ações que minimizem nossa exposição a essas partículas específicas. Ao fazer escolhas conscientes e apoiar iniciativas sustentáveis, podemos proteger a qualidade de vida e contribuir para um ambiente mais saudável e seguro.


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Cristina Trovó
Nutricionista

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