Metais pesados encontrados nos peixes

Metais pesados encontrados nos peixes

 

 

 

 

     Diariamente ouvimos falar sobre os benefícios que os peixes oferecem à nossa saúde. Esses benefícios vão das proteínas de alto valor biológico, do teor de Ômega 3 a ser uma boa fonte de vitaminas e minerais.

 

     Porém, o que poucos sabem é que o consumo frequente de alguns tipos de peixes pode ser bastante prejudicial à nossa saúde. No presente artigo, mostramos como acontece a contaminação dos peixes por metais pesados, as consequências de seu consumo e como escolher a melhor opção do alimento para não correr (ou diminuir) riscos.

 

A contaminação de peixes por metais pesados

     Alguns peixes e frutos do mar podem sofrer contaminação por metais pesados como cobre, chumbo, mercúrio, arsênio e cádmio, metais esses que, quando consumidos em altas quantidades, são letais para nós humanos. Mesmo em poucas quantidades, podem ser danosos para nossa saúde e ocasionar uma série de doenças.

 

     A maioria dos peixes é contaminada em seu habitat, em águas onde dejetos industriais, mineração, pesticidas, fungicidas, entre outros tipos de poluição são depositados.

 

     Inclusive, até mesmo nas comunidades ribeirinhas, podemos encontrar contaminação por metais pesados no tecido muscular dos peixes. Um exemplo disso é um estudo realizado com peixes da bacia do Cassiporé, no Amapá, que evidenciou quantidades de cromo e mercúrio acima das permitidas por lei.

 

Os efeitos dos metais pesados no corpo

     O mercúrio é o principal metal pesado encontrado nas águas e também o que apresenta maior toxicidade.

 

     Dentre os sintomas e as consequências à saúde que podem ser observados com o acúmulo de metais pesados no organismo destacamos:

 

  • Dor muscular intensa;
  • Vômitos;
  • Sangramento gengival;
  • Sabor metálico na boca;
  • Sensação de ardor no trato digestivo;
  • Diarreia grave ou sanguinolenta;
  • Estomatite;
  • Glossite;
  • Nefrose;
  • Caquexia;
  • Anemia;
  • Hipertensão;
  • Possibilidade de alteração cromossômica.

 

     Também podem causar danos ao sistema nervoso como déficit de atenção com hiperatividade, depressão, insônia, transtorno bipolar e doenças neurodegenerativas como Alzheimer.

 

     No fígado pode levar ao câncer, diminuição na capacidade de metabolização de substâncias e hepatite.

 

     Já nos ossos pode causar osteoporose, além de alterações hormonais como obesidade, menopausa precoce, falência tireoidiana e falência adrenal.

 

     Quando em gestantes, os metais pesados podem, inclusive, atravessar a placenta e atrapalhar o desenvolvimento fetal.

 

As quantidades que são toleráveis nos peixes

     Partindo dos malefícios causados por esses metais ao corpo, e a dificuldade de eliminá-los por completo, foi desenvolvido um parâmetro que determina a quantidade tolerável de cada um deles. Confira:

 

  • Mercúrio - 1 miligrama por quilo, se for um peixe predador e 0,5 miligrama por quilo para os demais tipos de peixe;
  • Chumbo - 2 miligramas por quilo para todos os tipos de peixes;
  • Arsênio - 1 miligrama por quilo para todos os tipos de peixes.

 

As quantidades encontradas nos peixes

     Comumente são realizados testes para comparar se os peixes estão seguindo com quantidades toleráveis de metais pesados em sua composição. Os resultados são:

 

  • Linguado – ele se alimenta de outros peixes (predador): Mercúrio 0,05 miligramas; Chumbo não detectado.

 

  • Pescada Branca - de pequeno porte, ela pode se alimentar de plantas aquáticas que acumulam metais: Mercúrio 0,10 miligramas; Chumbo não detectado.

 

  • Cação - esse minitubarão tem vida longa. Pode, então, passar muito tempo acumulando metais. Mercúrio tem 1,47 miligramas por quilo. Chumbo não detectado.

 

  • Atum - predador de águas profundas: Mercúrio 0,13 miligramas; Chumbo não detectado.

 

  • Sardinha - alimenta-se de algas: Mercúrio 0,08 miligramas; Chumbo não detectado.

 

  • Salmão - Predador de águas profundas: Mercúrio 0,09 miligramas; Chumbo não detectado.

 

     Como mostrado, o cação, que é um peixe considerado predador, apresenta quantidades maiores de Mercúrio do que as consideradas toleradas pelo o corpo humano.

 

Como escolher os peixes

     Na hora de escolher os peixes é importante escolher aqueles que vivem em grandes cardumes, em águas límpidas e na superfície. De preferência àqueles selvagens que se alimentam de folhas e frutos.

 

     Além disso, é importante evitar peixes de vida média e longa, uma vez que irão acumular uma maior quantidade de metais durante a vida. Exemplos: tubarão, peixe-espada, cavala, filé de atum, arenque e cação.

 

Melhores peixes de água doce

     Os melhores peixes de água doce são:

  • Cará;
  • Carpa;
  • Corimbatá;
  • Lambari;
  • Manjuba;
  • Piau;
  • Tilápia;
  • Tambaqui;
  • Traíra;

 

Melhores peixes de água salgada

     Já os melhores peixes de água salgada são a sardinha e o salmão selvagem, ou seja, aquele que não foi criado em cativeiro e não se alimentou à base de ração.

 

     Vale a pena lembrar que, além de em peixes, metais pesados podem ser encontrados também em frutas, verduras e legumes, devido ao uso de agrotóxicos na agricultura. Por isso, opte por alimentos orgânicos e sustentáveis. Sua saúde agradece!

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