Manteiga, margarina, requeijão, qual a melhor opção?

Manteiga, margarina, requeijão, qual a melhor opção?

Tradição nacional e presente na maioria das mesas dos brasileiros, o pãozinho francês ainda é a opção número um durante o café da manhã.

 

Ressalvas à parte sobre essa escolha durante a primeira refeição do dia, falaremos sobre o que acompanha o pão francês na maioria dos casos.  A manteiga, a margarina e o requeijão são os mais prováveis, mas você já ouviu falar da manteiga ghee?

 

A manteiga ghee é o óleo purificado da manteiga convencional e pode ser obtida a partir do derretimento da manteiga e a retirada da gordura espessa da superfície, sobrando apenas o óleo transparente que, depois de coado, ficará livre de livre de sal e lactose.  Ela é a mais indicada também para pessoas com intolerância à lactose e para a cocção de alimentos, uma vez que as sujidades da gordura que se transformariam em toxinas quando submetidas ao calor foram coadas no processo.

 

 A manteiga tradicional é proveniente do leite, portanto de origem animal e fonte de gorduras saturadas. Essa gordura é responsável pelo agravante das principais doenças do coração, aderindo às paredes dos vasos sanguíneos como na aterosclerose. No entanto, a manteiga não é de todo mal, uma vez que contém ácido butirico em sua composição, que auxilia na função intestinal e contém vitaminas importantes como a vitamina A e E. O ideal é não consumir a manteiga todos os dias.

 

A margarina tinha tudo para ser uma boa opção por ser de origem vegetal e incluir os seus óleos na composição, mas a realidade não é bem assim. Apesar de não conter a gordura saturada -  gordura saturada só é encontrada em produtos de origem animal -  a margarina é originada da trans-hidrogenação da gordura no processo de industrialização, dando origem assim às gorduras trans. Essa gordura vem se mostrando ainda mais maléfica que a gordura saturada pela sua estabilidade, sendo mais aterogênica, portanto, adere ainda mais às paredes dos vasos sanguíneos.

 

Com isso, o processo inflamatório gerado pela aterogênese provoca um aumento de doenças cardiovasculares e suas complicações. Apesar de a indústria alegar que esse tipo de gordura não é mais usada para a confecção desse produto, cautela ainda é importante durante seu consumo, pois não sabemos como e pelo o quê a gordura trans foi substituída, assim como seus efeitos no corpo. Na dúvida, é melhor não optar pela margarina devido à série de aditivos químicos presentes, pelo processo de industrialização e pelos poucos nutrientes que se podem consultar no rótulo.

 

Por último, muitos optam pelo requeijão devido ao seu sabor característico. O que é interessante sobre essa escolha é que ele possui níveis bons de cálcio em sua composição, fazendo assim parte do metabolismo dos ossos e dentes. Também se apresenta com proteínas, vitamina A e potássio. Ainda que tenha essas vantagens, é importante frisar que o requeijão também é um alimento calórico, que possui creme de leite, maltodextrina, corantes, estabilizantes e aditivos em algumas marcas. Caso opte pelo requeijão, o requeijão light é o mais indicado pelo menor teor calórico.

 

E agora, o que escolher? As melhores opções fogem do tradicional e requerem até um pouco de criatividade. A ricota e o cottage são melhores nesse caso, pois preservam a maioria dos nutrientes e ainda têm menos aditivos em sua composição. Também vale sair da rotina e experimentar novas opções durante o café da manhã para complementar o pão. Ovos mexidos, frango desfiado, sobras de carne, pasta de tofu e grão de bico, a própria manteiga ghee, manteiga de azeite de oliva extravirgem com ervas e sal e geleias.

 

Claro que além das propriedades nutricionais, os aspectos sensoriais também influenciam diretamente nas escolhas alimentares pessoais do dia a dia. O recomendado é a moderação, principalmente na hora de adicionar a opção escolhida. Se puder evitar a margarina, melhor; se puder fazer a manteiga ghee, melhor ainda; e caso opte pelo requeijão, sempre preferir o light. O importante é sempre lembrar que as quantidades preferíveis não devem passar de duas pontas de faca e, claro, lembrar-se de aproveitar a refeição.

 

Cristina Trovó

Nutricionista  

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