Sabemos que todo alimento possui uma quantidade de glicose (açúcar) em sua composição a qual cai na corrente sanguínea com velocidade diferente dependendo da composição desse alimento. De maneira simplificada, o índice glicêmico se refere à capacidade e velocidade do alimento em aumentar a glicemia sanguínea, isto é, aumentar a quantidade de açúcar no sangue.
Em suma, alimentos com alto índice glicêmico são aqueles que são mais facilmente absorvidos pelo corpo como os doces e açúcares. Esses alimentos vão estimular o hormônio insulina, responsável pelo transporte do açúcar que está na corrente sanguínea para dentro das células para, assim, o transformarem em energia.
Isso se torna um problema se o alimento apresentar mais energia de fácil absorção comparada com a necessidade das células por energia. Os alimentos com alto índice glicêmico vão estimular o armazenamento dessa energia tanto em forma de glicogênio nos músculos e no fígado como também estimulará a lipogênese, isto é, criação de novas células de gordura para armazenar esse “excesso de energia” em forma de tecido adiposo. Assim, favorece a obesidade e outras doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
Uma vez que alimentos com alto o índice glicêmico influenciam na criação de células de gordura, eles estabelecem uma relação direta com a circunferência abdominal, pois grande parte desse excesso de energia vai ser armazenado como gordura, principalmente, na região abdominal e glúteos.
Então significa que os alimentos que possuem um menor índice glicêmico possuem menos energia ou calorias?
Não necessariamente. Na prática, alimentos com menores índices glicêmicos diferem dos de alto pela sua capacidade de absorção, isto é, os de menor índice glicêmico são absorvidos mais lentamente pelo corpo, e um maior tempo significa maior necessidade de energia pelas células, diminuindo a captação dessa energia em forma de gordura.
O que pode acontecer com o consumo de muitos alimentos com alto índice glicêmico?
Além das doenças crônicas relacionadas à deposição de gordura nos vasos sanguíneos como hipertensão e deposição no tecido adiposo como a obesidade, se consumirmos muitos alimentos desse tipo, nosso organismo pode ir perdendo a sensibilidade à insulina, o hormônio responsável por fazer a entrada da glicose na célula. Em outras palavras, esses alimentos estimularão tanto a produção desse hormônio que o organismo não vai responder mais a ele, gerando, dessa forma, um quadro de hipoglicemia (falta de energia nas células) e, posteriormente, a diabetes tipo 2.
Além disso, esses alimentos são de rápida absorção pelo corpo e demoram pouco tempo para serem digeridos, provocando uma sensação de saciedade muito pequena, o que favorece a fome e faz com que o indivíduo coma mais em um menor intervalo de tempo.
Como é dividido o IG?
O IG é definido em baixo, médio e alto. Consideramos os alimentos de baixo índice glicêmico, aqueles com IG abaixo de 50; médio, aqueles de 50 a 70; e alto IG os acima de 70. Os acima de 90 são considerados ainda mais alto e devem ser evitados sempre que possível.