Estudo Erica e seus resultados

O estudo ERICA, como é abreviado, contou com 71 mil jovens com idades de 12 a 17 anos de 124 municípios do país, em 1247 escolas brasileiras, tanto públicas quanto particulares, e visou mapear a prevalência de doenças como diabetes, obesidade e risco para doenças cardiovasculares. Para tanto, foram colhidos dados como lipídios, glicose, pressão arterial, insulina, circunferência abdominal, entre outros.

Este estudo foi às escolas para pesquisar também a alimentação, o peso, os hábitos e as atividades dos adolescentes brasileiros.

Nos resultados, dados preocupantes foram constatados sobre a alimentação e estado de saúde desses adolescentes:

10% deles apresentam pressão elevada – hipertensão;

8,4% - obesidade:

17,1% - sobrepeso.

Pontos relevantes

1- O primeiro deles é que menos da metade dos adolescentes, ou seja, 48,5%, diz que sempre ou quase sempre tomam café da manhã.

21,9% nunca toma café da manhã.

2 - 48,2% dos adolescentes têm o hábito de ingerir cinco ou mais copos de água por dia e o consumo de refrigerantes é elevadíssimo. O refrigerante é o sexto alimento mais consumido, principalmente no sul do Brasil.

3 - O consumo de frutas e hortaliças é muito baixo, principalmente no nordeste do Brasil, onde as frutas e hortaliças não estão nos 20 alimentos mais consumidos.

4 - 56,6 % fazem refeições em frente à tv.

Apesar de o consumo alimentar ser caracterizado pelo consumo de alimentos como arroz e feijão, o consumo de alimentos ultraprocessados caracterizou 45% dos alimentos citados, assim como o de bebidas açucaradas (56%), salgados fritos e assados (21,88).

Essa realidade está relacionada com hipertensão em idades precoces.

A qualidade da alimentação e a atividade física na adolescência costumam perdurar na idade adulta, é bom evitar os maus hábitos.

Esse estudo foi importante para alertar a população como um todo, inclusive a comunidade médica, quanto à necessidade de um olhar criterioso para os riscos de cardiopatias nos adolescentes. O sistema de saúde precisa se preparar para cuidar dessa nova realidade. Os resultados obtidos nesse estudo merecem especial atenção.

É preciso investir na saúde preventiva, pois esses problemas de saúde oneram os cofres públicos. Boa alimentação e estímulo para uma vida ativa são os grandes desafios da saúde brasileira.

A fim de preparar os profissionais da saúde para as mudanças no âmbito alimentar dos jovens brasileiros e ainda incorporar ainda mais o Guia alimentar para população Brasileira, a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais desenvolveu materiais de apoio com desdobramentos do Guia com suporte teórico a abordagens práticas.

Dentre os desdobramentos incluem:

* Fôlderes com os Dez Passos para a Alimentação Adequada e Saudável;

* Livro Na Cozinha com as Frutas, Legumes e Verduras;

* Livro Desmistificando Dúvidas sobre Alimentação e Nutrição;

* Instrutivo: metodologia de trabalho em grupos para ações de alimentação e nutrição na atenção básica.

Cristina Trovó

Nutricionista