Baixo consumo de frutas na população
As frutas são conhecidas pelo seu grande poder nutritivo, por serem fontes importantes de fibras naturais, que auxiliam na digestão dos alimentos, e também por serem ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes que auxiliam no metabolismo. Assim, elas fazem parte de um grupo essencial na nossa saúde e longevidade.
No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente 24% da população brasileira consome a quantidade recomendada diária de frutas e hortaliças. Esse dado consegue ser ainda mais alarmante quando dividimos de acordo com sexo dos brasileiros. Estima-se que apenas 19% dos homens atendem às necessidades diárias do consumo desses alimentos, enquanto 28% das mulheres conseguem atingir a faixa de recomendação. Entretanto, ainda estamos deixando evidente que menos de ¼ da população brasileira consome a quantidade ideal de frutas para a manutenção da sua saúde e seu bem-estar.
Segundo a Associação Brasileira de Nutrição, (ASBRAN), o consumo de frutas e verduras está relacionado a vários fatores sociais. Um deles é a migração demográfica dos brasileiros que buscam cada vez mais a vida nas grandes cidades. Com essa mudança veio também a preferência pela praticidade na hora de se alimentar, reforçada pelo processo de industrialização, principalmente do setor alimentício, que hoje fornece alimentos práticos, embora não tão nutritivos como os in natura pela sua grande quantidade de sódio, gorduras e açúcares na composição.
Esses alimentos processados tornaram-se um grande vilão para a atual geração, uma vez que provocou o aparecimento de diversas doenças crônicas como a diabetes, a obesidade, o aumento de colesterol e as doenças cardiovasculares. Tais doenças estão intimamente ligadas à composição desses alimentos, que possuem alta quantidade de açúcares, gorduras e sódio.
No caso das frutas in natura, elas vêm sendo trocadas por snacks pouco saudáveis como os biscoitos, bolachas, barras de cereal e lanches calóricos com a justificativa que são mais práticos. Outro substituto, agora para o suco das frutas, são os refrigerantes. Populares principalmente entre as crianças e jovens pelo seu sabor adocicado, o seu consumo teve um assustador crescimento de 450% nos últimos 50 anos no EUA, sendo associado diretamente com os casos de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. No Brasil, apesar da queda do consumo nos últimos anos, ainda se estima que o brasileiro ingira 35 litros da bebida ao ano.
Além de aumentar as chances de diabetes em 80%, o refrigerante ainda vem acompanhado de malefícios como aumento do colesterol, maior incidência de osteoporose por atrapalhar a absorção do cálcio, maior incidência de cáries, provocar gastrite pelo seu pH ácido e também proporcionar o aparecimento dos cálculos renais, agravados quando ocorre a substituição da água por essa bebida.
Apesar de saberem dos riscos, muitos ainda continuam fazendo o uso dessa bebida por hábito alimentar. Por isso, a melhor forma é a reeducação alimentar, conscientizar o corpo e a mente dos benefícios das frutas como fonte de micronutrientes e de saúde. Incorporando-as no café da manhã, nos lanches durante o dia e como sobremesas, será cada vez mais fácil de abrir mão desse vilão das refeições e focar apenas na sua saúde.
Se enfrentar dificuldades, procure um profissional para adequar as mudanças da maneira mais correta a você e ao seu estilo de vida.
Cristina Trovó
Nutricionista