Alergia infantil
Acredita-se que, nos últimos anos, a alergia alimentar entre crianças aumentou em 30% em todo o mundo. Dentre as possibilidades para esse aumento pode se destacar a mudança da microbiota intestinal por fatores como medicamentos e aumento de partos tipo cesárias, o consumo de alimentos processados com aditivos químicos, que influenciam no aparecimento de alergias, e a diminuição do tempo de amamentação.
Primeiro, devemos entender diferença entre duas condições diferentes: alergia e intolerância alimentar. Basicamente, a alergia alimentar é quando estamos falando sobre as proteínas do alimento, como é o caso da caseína, uma proteína do leite. Já a intolerância refere-se aos açúcares do alimento, neste caso, a intolerância pode ser atribuída à lactose, um açúcar do leite.
Entre as crianças, os alimentos que são campeões para desenvolver alergias são: o amendoim, os frutos do mar, o leite, o trigo (glúten), o ovo e a soja.
Amendoim
Embalado pelo clima de festa junina, o amendoim e seus derivados - paçoca, pé de moleque – está associado a quadros sintomáticos de alergias entre crianças
Sintomas: vermelhidão, coceira, náusea, inchaço, falta de ar e perda de consciência.
Cuidados: Como não é um alimento muito frequente no cardápio dos brasileiros, não é um tipo de alergia que demanda muito esforço, no entanto, fique alerta aos rótulos dos alimentos e busque pelo amendoim nos ingredientes, uma vez que resquícios podem estar presentes em alimentos industrializados.
Frutos do Mar e frutas cítricas
Entre os mais consumidos como caranguejo, lagosta, mexilhões, molusco, o camarão é o que mais apresenta índices de alergias, também relacionado ao número de pessoas que são expostas a esse alimento.
Sintomas: Inchaços, vermelhidão e até o fechamento das vias respiratórias.
Cuidados: Exclusão do alimento uma vez detectada a alergia e não ofertar para crianças abaixo de um ano de idade. No caso das frutas cítricas, uma boa opção é usar em preparações em que elas serão aquecidas, assim, há a desnaturação das proteínas e seu efeito alérgico é minimizado.
Leite
Essa alergia é mais comum entre os lactentes, principalmente após o 6º mês de vida, quando geralmente ocorre o desmame e a introdução do leite de vaca. Também pode ocorrer essa alergia durante o aleitamento materno, quando a mãe faz o consume desse alimento. Como falamos anteriormente, a alergia ao leite se dá pela proteína do leite e não a lactase ( caso da intolerância).
É comum que, após os 3 anos de idade, essa alergia tenda a desaparecer pelo amadurecimento do sistema digestivo e imune.
Cuidados: Aleitamento materno exclusivo, se possível após o 6 mês de vida, e, se constatado alergia, fazer o uso de fórmulas infantis.
Sintomas: Diarreia, cólicas, vômitos, vermelhidão, coceira, fezes com sangue e febre.
Trigo
A alergia à proteína do trigo, o glúten, dá origem à doença celíaca, uma doença autoimune em que o organismo ataca, principalmente, a camada do intestino delgado, causando processo inflamatório e comprometendo a absorção de vitaminas e minerais.
Sintomas: Inchaço, dor abdominal e alergias respiratórias.
Cuidados: Substituição de alimentos fontes de glúten como aqueles feitos de trigo, cevada e malte por opções como polvilho, amido de milho, farinha de milho ou arroz ou fécula de batata. Atenção, é importante conferir os rótulos dos produtos industrializados que, por lei, são obrigados a informar a presença de glúten nos ingredientes.
As alergias são principalmente evidenciadas logo nos primeiros anos de vida com alguns dos sintomas citados acima. Por isso, é essencial a observação sobre a reação da criança diante de cada tipo diferente de alimento, cada vez que o mesmo é introduzido no cardápio. Técnicas de introdução de alimentos são aconselhadas para cada fase da vida. Caso tenha notado algum dos sintomas, a opinião de um médico alergista é também fundamental, somada à do nutricionista que vai auxiliar nas principais adequações e substituições, garantindo o aporte nutricional necessário para o desenvolvimento correto na infância.