Adoçantes artificiais: o que as novas diretrizes da OMS têm a dizer?
Os adoçantes artificiais, como o aspartame, a sucralose e a sacarina, têm sido amplamente utilizados como alternativas de baixa caloria ao açúcar tradicional. Com a preocupação crescente em relação à saúde e ao consumo de açúcar, essas substâncias ganharam popularidade, principalmente, por parte daqueles que se preocupam com uma alimentação de qualidade.
No entanto, há muitas dúvidas e controvérsias em torno do uso de adoçantes artificiais, levando-nos a refletir sobre seus benefícios e possíveis efeitos colaterais à saúde a longo prazo.
Vamos analisar as evidências científicas disponíveis, abordar diferentes perspectivas e oferecer informações úteis para ajudá-lo a tomar decisões sobre o consumo desses adoçantes neste artigo. Confira, continuando a leitura.
Possíveis efeitos adversos dos adoçantes
Um estudo, publicado no Journal of the American College of Cardiology, em 2017, analisou a relação entre o consumo de adoçantes e o risco de doenças cardiovasculares. Os pesquisadores descobriram que o consumo regular dessas substâncias estava associado a um maior risco de eventos cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial coronariana.
Outra preocupação associada aos adoçantes é o impacto potencial sobre a sensibilidade à insulina e o desenvolvimento da resistência a ela. Um estudo publicado no Canadian Medical Association Journal, em 2017, analisou os efeitos do consumo regular de adoçantes em relação ao metabolismo da glicose. O pesquisador descobriu que o uso frequente de adoçantes estava associado a um aumento no risco de desenvolver intolerância à glicose e diabetes tipo 2.
Embora sejam necessárias mais pesquisas para entender completamente os efeitos adversos, esses resultados sugerem uma possível associação negativa entre os adoçantes artificiais e a saúde cardiovascular.
Existem benefícios dos adoçantes?
Os adoçantes artificiais oferecem uma série de benefícios atraentes. Em primeiro lugar, eles têm um poder adoçante muito maior em comparação ao açúcar comum, permitindo a entrega do mesmo sabor doce com uma quantidade menor de solução. Isso pode ser especialmente útil para pessoas que desejam perder peso ou controlar os níveis de açúcar no sangue, como os diabéticos.
Um ponto de preocupação comum em relação aos adoçantes é a sua segurança. No entanto, os comprovativos científicos disponíveis até o momento indicam que, quando consumidos dentro dos limites recomendados, os adoçantes são considerados seguros para o consumo. Órgãos reguladores, como a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos e a European Food Safety Authority (EFSA) na Europa, revisam extensivamente essas substâncias e confirmam sua segurança.
O que as novas diretrizes da OMS dizem?
Recentemente, a OMS publicou um relatório em que alerta os possíveis efeitos indesejados do uso prolongado de adoçantes, como maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer em adultos. Baseado em uma revisão de estudos, o documento alerta a falta de consenso sobre a eficácia desses produtos no emagrecimento de crianças e adultos.
O documento da OMS é dirigido a governos, isto é, aos responsáveis por políticas públicas e, do ponto de vista individual, o relatório não diz para o indivíduo parar de fazer o uso de adoçantes. Essa recomendação da OMS é uma recomendação condicional, que deixa implícita a necessidade de ainda haver um debate substancial sobre o tema e que ela não se aplica a todos os pacientes, ao contrário do que muitas manchetes têm abordado.
O xilitol e o eritritol, embora sejam cada vez mais utilizados, não são mencionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido à falta de pesquisas abrangentes sobre eles. Por serem adoçantes mais recentes, há uma escassez de estudos científicos que avaliam completamente seus efeitos na saúde humana. Portanto, é prudente evitar o uso excessivo de todos os tipos de adoçantes, incluindo o xilitol e o eritritol, até que mais pesquisas sejam realizadas para uma melhor compreensão de seus efeitos.
Cabe ressaltar que esse estudo não avaliou os efeitos desses compostos em pessoas com diabetes, nas quais os benefícios são observáveis.
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Cristina Trovó
Nutricionista