Alergia à proteína do leite

Alergia à proteína do leite

     Na semana passada, abordamos o assunto intolerância à lactose - o açúcar presente no leite e nos seus derivados. Hoje, falaremos sobre a alergia alimentar, especificamente, à proteína do leite, que dentre as alergias destaca-se como a prevalente.

     Muitas pessoas confundem alergia alimentar com intolerância alimentar. Na alergia,  o corpo identifica um determinado alimento como sendo perigoso e ativa o sistema imunológico para atacá-lo e o corpo começa a trabalhar produzindo anticorpos. Esse mecanismo desencadeia reações alérgicas. É o que acontece no caso da alergia à proteína do leite, portanto, é uma reação do sistema de defesa, muito comum hoje em dia em bebês  sendo que  o número de casos vem aumentando significativamente.

     Sinais e sintomas: vômitos, cólicas, diarreia crônica, dor abdominal, prisão de ventre, sangue nas fezes, refluxo, baixo ganho de peso, urticária, dermatite, asma, chiado, rinite. Esses sintomas ocorrem com a ingestão de uma quantidade mínima de leite ou de seus derivados.

     Tratamento: o indivíduo com alergia tem que excluir toda e qualquer quantidade de leite e de produtos que contenham leite como sorvetes, bolos, pães, queijos, pizzas, entre outros. É preciso fazer o diagnóstico correto para realização de um tratamento personalizado. O diagnóstico é feito pelo médico e possui até quatro etapas:

 - história clinica;

 - exames laboratoriais;

- dieta isenta das proteínas do leite e derivados;

 - teste de provocação oral.

       O diagnóstico diferencial é extremamente importante porque na intolerância à lactose utilizamos o leite sem lactose e na alergia proteína do leite usar o leite sem lactose não resolve. Para as crianças existem formas específicas com proteína já hidrolisada e, para os adultos, os leites vegetais podem ser encontrados na versão industrializada ou podem ser feitos em casa. Existem vários leites que podem ser feitos em casa como o de coco, de arroz, de aveia, de quinua, de amêndoas. Fazer o leite em casa é mais barato e isento de conservantes. Esses leites contêm ou podem conter fósforo magnésio, ferro, cálcio e, inclusive, aminoácidos essenciais. Lembramos que existem também versões fortificadas desses leites.

     A alergia à proteína do leite tende a ser pior nos primeiros anos de vida e o seus sintomas podem suavizar, ou mesmo desaparecer com o passar dos anos. Muitas vezes essa alergia é desencadeada quando o bebê, menor de seis meses, recebe o leite de vaca em substituição ao leite materno. O uso de fórmulas infantis também pode desencadear esse problema. Estima-se que metade das crianças com alergia à proteína do leite de vaca melhore até os 12 meses de idade e 90% melhore entre três a cinco anos. Na fase adulta, o mais comum é encontrarmos intolerância à lactose e ela tende a piorar com a idade.

     O leite materno é de fácil digestão e é para ele que o organismo do bebê está preparado. Quando grandes fragmentos de leite de vaca (proteína) entram na corrente sanguínea, pode desencadear o processo alérgico. Nesses casos até pequenos traços de leite contido em alimentos contaminados pode desencadear o processo. Feito o diagnóstico, o nutricionista é fundamental para equilibrar o plano alimentar, principalmente quando é necessário excluir alimentos como leite e seus derivados, incluir alimentos fontes de proteínas de alto valor biológico e alimentos fontes de cálcio, passos fundamentais para manter uma dieta rica e nutritiva e garantir um bom desenvolvimento da criança. 

     Além disso, a família que possui uma pessoa com alergia à proteína do leite deve mudar completamente em relação aos cuidados diários,  eles precisam estar atentos principalmente nas festas e na hora do lanche escolar, pois as outras crianças consomem os produtos com leite.

Atenção

O portador de alergia à proteína do leite precisa verificar os rótulos dos alimentos, essa é uma medida importantíssima, uma vez que qualquer quantidade desse nutriente pode desencadear o processo alérgico.

Supermercados, hipermercados e estabelecimentos comerciais destinados à venda de alimentos devem reservar um espaço próprio para os produtos isentos de lactose e glúten. Isto é lei. Procure esse local, porém não deixe de ler os rótulos. Felizmente, hoje já encontramos tais produtos com maior facilidade, mas mesmo assim priorize os alimentos naturais.

Cristina Trovó

Nutricionista

 

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