Álcool e Energético: uma combinação perigosa

Álcool e Energético: uma combinação perigosa

O consumo de bebidas alcoólicas tem aumentado substancialmente entre adolescentes e jovens adultos. Aliado a essa tendência, também é cada vez mais comum que o álcool seja combinado com as mais diversas bebidas. Entre sucos, refrigerantes e refrescos, o energético parece ser o preferido do público jovem, principalmente, quando estão consumindo bebidas destiladas como a vodca.

Os efeitos e o mecanismo de interação entre o álcool e a bebida energética ainda não são bem evidenciados pela literatura, no entanto, estudos recentes já revelam dados alarmantes sobre a combinação.  Por princípio, sabe-se que o álcool tem um efeito depressivo, o individuo é condicionado a uma sensação mais lenta da percepção dos sentidos e também de sonolência. Em contra partida, é do conhecimento geral que a cafeína, principal componente das bebidas energéticas, possui a característica de colocar o corpo em estado de alerta, assemelhando-se aos efeitos da adrenalina, que causa euforia,  aumento dos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial.

Quando combinados, acredita-se que a cafeína mascara os efeitos da bebida alcoólica, produzindo uma falsa sensação de sobriedade ao indivíduo que a consome. Assim, o mesmo é condicionado e estimulado a aumentar o consumo da bebida alcoólica para conseguir o mesmo efeito que conseguiria apenas com o consumo do álcool sem a mistura. Por consequência dessa maior ingestão de álcool, há uma maior probabilidade de o indivíduo encarar as consequências dos dois componentes em maior escala como a maximização do efeito diurético, que leva à desidratação e aos sinais da intoxicação alcoólica -  tontura, dor de cabeça, confusão mental, pulso fraco e fala enrolada. 

Além dos primeiros sinais de intoxicação alcoólica, um estudo publicado na revista cientifica Alcoholism, clinical and experimental research evidenciou que as pessoas que consomem os dois componentes juntos apresentam um maior comportamento de risco como  consumo de outras drogas,  maior consumo de álcool, maior propensão a dirigir embriagado e  ter atitudes que geram imprudência ou que afetam o julgamento momentâneo.

Associando o comportamento de risco e os primeiros sinais de intoxicação alcoólica mascarados, sinais mais graves aparecem: sintomas de pele pálida, vômitos, desmaios, dificuldade de respiração e possível coma. Assim, a combinação álcool/energéticos aumenta as chances da necessidade de atendimento médico depois da ingestão.

Por isso, desencoraja-se o consumo de bebidas energéticas, principalmente combinadas com bebidas alcoólicas, uma vez que o comportamento gerado pode pôr em risco não só a vida do individuo, mas também de outros. Além disso, é importante lembrar que bebidas alcoólicas sempre devem ser consumidas socialmente e com moderação.

 

 

Cristina Trovó

Nutricionista

 

Referência:

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/acer.13152/abstract

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